"Ironicamente o Marechal Carmona está a cara chapada dum jovem Estaline. Se calhar vem daí o incómodo da nossa esquerda democrática. Confundir o homem que deu a voz a Salazar com o que limpou a tosse a Trotsky não se faz!" Michael Seufert, "O mistério dos bustos aparecidos" no Expresso
O artigo de opinião do Michael Seufert vem-me trazer um dado novo numa polémica que mal perdi tempo dada a sua estupidez. Pelos vistos, todo o parlamento e, pelo menos, uma comissão específica estava há muito a par da exposição e dos detalhes da mesma. Mesmo que não estivesse, a parvoíce tem os seus limites, mas é comum em várias alas do parlamento (e fora dele, atenção). Ontem, foi uma certa esquerda, amanhã será uma outra direita, depois uns de cima e outros de baixo.
Há deputados que acham que branquear é expôr todos os Presidentes da República, um a um.
Podia-se, eventualmente, questionar se os valores de uma República podem ser coniventes com uma ditadura, é verdade. Mas os mesmos deputados não questionaram então alguns presidentes da 1ª República?
Parece que para muitas alminhas, co-adopção tem de meter sexo.
E eu a pensar que isso tinha o nome de pedofilia.
"Os ateus do futebol já fazem parte do folclore das competições internacionais de futebol em que Portugal participa. Para quem não sabe o ateísmo futeboleiro foi inaugurado por Pacheco Pereira e, entre coisas, consiste em passar todo o período das competições de futebol a falar sobre o quão irrelevantes elas são, da irracionalidade do gosto pelo futebol e sobre a forma como estes eventos distraem as pessoas dos assuntos importantes (por assuntos importantes, entenda-se, a política, a troika, o défice, o sacana do Sócrates e o demagogo do Louçã).
Tenho que concordar com eles: a devoção irracional pelo futebol contribui de facto para que muitas pessoas se esqueçam por um período de tempo destes assuntos. Mas não é só o futebol: um bom livro, as séries de televisão americanas, as quecas, os bikinis, os jantares de amigos, um bom cabrito, o sorriso dos filhos são tudo aspectos da vida que, sem motivo racional, nos fazem esquecer desses assuntos “importantes”. Os ateus do futebol estão certos relativamente à relação causal, têm é as prioridades de vida trocadas." Carlos Guimarães Pinto em "Os ateus do futebol"
Porque diz o quanto baste sobre este assunto.
Como o Luis de Matos sintetizou (bem), tudo o que tem sucesso irrita sempre muita gente. O que não quer dizer que tudo o tenha sucesso seja isento de parvoíce ou estupidez e eu não compreenda a irritação, ainda que esta seja fútil.
O "Ice Bucket Challenge" teria de irritar obrigatoriamente muita gente. Ver aquela malta toda a levar com um balde de gelo e água por cima no mural do Facebook é obrigatoriamente irritante nalgum ponto, mas confesso que adorava ter sido autor desta ideia porque os resultados são geniais. As várias associações da esclerose lateral amiotrófica viram a sua causa nas bocas de todo o mundo e ainda têm a forma de angariação que nunca teriam por meios clássicos.
Ainda que seja por solidariedade, não se livra dos 'haters' sociais, mas só há uma forma de não se levar com isso. Não fazer nada.
Não fazer nada é o caminho certo para levar só uma ou duas bocas, tentar e fazer coisas que valham a pena é que vai chatear.
Um exemplo a menor escala: numa associação local de que sou sócio, lembraram-se há uns anos de começar a fazer a convocatória também por carta às pessoas (em vez de fazerem apenas com um papel na sede). Parece bem, certo? Ora, há sempre alguns problemas com moradas, vai daí apareceu um sócio indignado (que não aparecia já algum tempo em assembleias) por só o seu filho ter recebido e ele não que era sócio... tipo há 378 anos e meio. Em primeiro, foi com o Presidente da dita Assembleia Geral antes da mesma, ao qual este explicou que há moradas que não estão actualizadas e que podiam corrigir bastando deslocar-se à sala de cima. Depois, foi no final da própria Assembleia algures entre a indignação e a gritaria. Foi-lhe explicado novamente a questão, ao qual a sua resposta foi: «Eu não tenho de fazer nada, vocês é que têm de enviar a carta como fazem a todos os outros sócios».
Repare-se que o homem estava tão bem quando não eram enviadas as cartas, mas assim que se tomou uma decisão e acção (e uma boa, digo eu) o homem deixou de estar bem com a situação porque tudo o que se faz está sujeito a falhas (algo que, neste caso, nem se sabe de quem era).
Dito isto, o meu conselho: deixem-se estar quietinhos se não querem receber críticas. E isto é válido também para os colunistas de Facebook porque as críticas vazias também irritam.
"Deitar um balde de gelo na cabeça é ridículo, é. Mas quem critica esse ridículo que faça melhor, em dinheiro, ou vá dar banho ao cão." Ferreira Fernandes no DN no seu artigo "Tão farto que estou de dadores de lições"
Tudo isto para dizer que se alguém me desafiar para aquela coisa vou mandar essa pessoa dar uma volta, mas que isto me lembrou que queria dar um donativo a uma organização já faz alguns meses e ainda não o fiz... lá isso, lembrou-me.
Daily Show
Short Term 12 (2013)
Uma das duas cenas mais marcantes. Que interessa se não gostas de rap, vais-te arrepiar na mesma quando passares por esta cena no filme.
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