Prodigy - voodoo people (1994)
Não sou propriamente um grande adepto de futebol, vejo o Benfica e alguns jogos importantes (se achar que o espectáculo vale a pena). A vantagem dos resumos é podermos ver "arte" sem perder os 90 minutos. Há semana e meia atrás, no espaço de 24 horas, o futebol e seus dois artistas deram-me motivos para o apreciar. Não por grandes fintas e penteados engraçados, mas por toques simples e geniais. E a complexidade da simplicidade só costuma ser reproduzida por génios.
Ok, se calhar, estes nem são assim tão simples, mas eles fazem-nos parecer que são. Na 6ª feira, foi Aimar a fazer uma assistência para Saviola e, no Domingo, Messi em mais um contornar de guarda-redes que parece tão básico (mas que não é assim tanto após a má recepção) e deixa qualquer guarda-redes a sentir-se, mais que nunca, impotente perante tal situação.
Minuto "4.47"
Minuto "3.28"
Existe um golo deste género, mas ainda melhor, do Messi na Champions, mas não recordo bem o jogo.
Como este deve ser o último post do ano, ficam aqui as boas entradas em 2012 ao ritmo de dois pequenos génios.
A propósito da resposta ao vídeo da Coca-Cola (versão "contra"), lembrei-me de algo que nem está directamente associado, mas que também parece implícito naquele vídeo. Ainda agora passei por um blog que tinha um comentário do tipo "enquanto os políticos forem assim, não há razões para acreditar num mundo melhor". Assusta-me um bocado a ideia de colocar o ónus do "mundo melhor" nos políticos, porque eles não têm capacidade para fazerem esse mundo melhor por si mesmos. É verdade que, em casos extremos, os políticos tem algum (sempre relativo) poder para impedirem esse "mundo melhor", mas lembro que não são os políticos que o fazem.
Por outras palavras, tanto podemos ter excelentes políticos e em conjunto (ou parcialmente) sermos responsáveis por um "mundo pior", como podemos, na maior parte das vezes, ter maus políticos e construirmos uma sociedade que funcione bem.
De certa forma, as comunidades, ao longo destes anos, demitiram-se do seu papel para delegar ao Estado, esperando que este fosse responsável por melhorar a vida de todos. As comunidades terão sempre os seus defeitos (muitas vezes o aumento do seu papel significa prejudicar também valores como privacidade, o não preconceito, etc...), mas têm a vantagem de conhecer de tratar os problemas de forma mais personalizada e menos burocrática.
Não é o Estado o principal culpado por uma velhinha ter sido encontrada morta após 9 anos no seu apartamento. É nossa culpa de termos permitido que coubesse ao Estado essa responsabilidade. Enquanto não percebermos isso, talvez, sim, não haja esperança para um mundo melhor. No entanto, parece que em muitos sítios já se começou a perceber isso.
(é óbvio que isto do "mundo melhor" também tem muito que se diga, porque nem sempre o meu "mundo melhor" é igual ao teu)
Costumo partir desconfiado para este tipo de documentários sobre o "mal do capitalismo" e quão maus são os homens que andam de "fato e gravata". São normalmente pobres em conteúdo, distorcem inúmeros factos e são demasiado "cegos" para o objectivo principal de um documentário.
Tinha o "Inside Job" para ver há muito tempo e até tinha boas expectativas contrariando o habitual deste género. Vi-o há umas semanas atrás. Não posso certificar todos os pormenores do filme, mas parece ser das melhores explicações já feitas sobre a crise de 2008. Recomenda-se. Muito bom.
"Pumba"! O marketing da Coca-Cola mais uma vez em cheio. Poucos spots publicitários se alastram desta forma e o melhor é que todo ele consegue promover o seu actual principal "produto". A bebida é boa, sim, mas o mais importante (?) é o que vem associado a ela.
A ideia - a mensagem e o "timing" - é demasiado boa (embora confesse que talvez veja mais pela perspectiva do "marketing" da Coca-Cola do que pelo vídeo em si) para me lembrar de esmiuçar as frases e conteúdo. Pode-se pegar por cada pormenor para deitar abaixo o "bom momentum" do vídeo. Pode não mudar o mundo por si mesmo. Podem ser discutíveis as comparações ali feitas. Mas a mensagem - simples ou não - é boa/verdadeira ou nem por isso? É legítimo lembrarem-nos disso no dia de Natal ou não?
Do ponto de vista de comunicação, o mais impressionante é que este spot despertou mais atenção nas pessoas que qualquer filme de animação no dia 24 e 25 de Dezembro.
E toda esta nova era de marketing da "Coca-Colinha bem frescola" começou com esta Happiness Machine:
Ok, a lista de blogs aqui ao lado está muito incompleta, mas há, pelo menos, um que estava a escapar gravemente, talvez porque perdi (infelizmente) o hábito de passar por lá regularmente. É o blog e site pessoal de Rui Tavares, historiador e eurodeputado português... embora o eurodeputado seja relativamente recente.
Em matérias económicas, aparentemente, divergimos um bom "bocado" (embora tudo possa ser uma questão de relatividade), mas é um dos melhores opinadores da nossa praça. E em época de crise europeia, sem dúvida alguém a seguir.
Perguntaram uma vez para o Sócrates, como ele queria morrer. Ele respondeu sem pensar: "Quero morrer em um Domingo e com o Corinthians Campeão". (in MeuTimão.com.br...)
Há 28 anos, Sócrates expressou este desejo. No passado dia 4 Dezembro, concretizou-se. Morreu precisamente num domingo em que o Corinthians se sagraria campeão pela 5ª vez. Mesmo não sabendo se aquele desejo era para ser levado tão a sério, é difícil não sorrir perante esta "imagem".
Não posso aqui, de repente, lembrar Sócrates - o jogador, médico e político - como um exemplo pessoal apenas pelo momento. Sabia quem era, sobretudo por sempre ouvir do meu pai a referência à melhor selecção de sempre segundo ele: o Brasil do Mundial de 1982 (mesmo que tenha acabado derrotado nos "quartos" perante a Itália). Uma setença que é corroborada por muitos da geração dele.
Como político, talvez até esteja distante da sua ideologia socialista/comunista (sobretudo o seu apoio a certos regimes sul-americanos)... ou talvez nem tanto quando as breves passagens que fiz sobre a sua doutrina política baseia-se na luta pela liberdade política (assim foi no Brasil dos anos 80), pela liberdade até do seu clube desportivo, pela relatividade que atribuía aos termos "esquerda" e "direita".
A sua escolha simbólica do punho direito erguido, à "Black Panthers" (movimento revolucionário negro nos EUA com ideologia marxista), ainda que o movimento seja algo polémico em relação a algumas acções (sinceramente, não estou assim tão por dentro), faz-me parecer que lhe interessava mais a defesa das minorias reprimidas que outra coisa.
Nem sempre concordo a forma de agir quando acontece essa suposta defesa de minorias reprimidas e não sei se estou mais de acordo ou em desacordo com Sócrates, mas naquele domingo não interessava, também eu levantaria o punho direito se estivesse naquele estádio.
Alguns dos melhores pontos de 2011
Suponho que seja apenas uma selecção algo arbitrária, que apesar de já não acompanhar como há uns atrás, vi pontos de realce a ficarem de fora.
Para os anti-Nadal, avancem para o minuto "1.12"... têm razão, ele não tem talento nenhum...
Decorre, por estes dias, um debate online no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre a Europa. A fundação liderada por António Barreto decidiu fazer esta tertúlia às portas de mais uma Cimeira Europeia num momento delicado para a União. Moderada por Vasco M. Barreto (do blog A Douta Ignorância), tem quatro intervenientes convidados.
Biografias dos convidados
António Figueira é licenciado em Direito, mestre em Relações Internacionais e doutorado em História Contemporânea. Durante quase duas décadas, foi funcionário europeu e diplomata, em Bruxelas, Londres e Estrasburgo. Foi ainda docente do ensino superior e director de uma agência de comunicação. Actualmente é assessor do Ministro dos Assuntos Parlamentares e escreve na no jornal "i" sobre assuntos europeus. Tem trabalhos publicados na área dos estudos europeus e, em 2004, pelo seu livro Modelos de Legitimação da União Europeia recebeu o Prémio Jacques Delors para melhor estudo académico sobre temas comunitários.
Miguel Morgado é doutorado em Ciência Política, ensina História do Pensamento Político e Ciência Política no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. É também professor visitante da Universidade de Toronto. Em 2010, escreveu o ensaio Autoridade, que a Fundação Manuel dos Santos incluiu na colecção que tem vindo a publicar.
Rui Tavares é deputado no Parlamento Europeu, historiador especialista em história e cultura do século XVIII, escritor, tradutor e assina uma coluna de comentário político no jornal Público.
Miguel Poiares Maduro é Professor no Instituto Universitário Europeu (UIE) de Florença, Professor Convidado da Yale Law School, docente na Universidade Nova de Lisboa, leccionou na University of Chicago Law e na London School of Economics e foi investigador convidado em Harvard. Advogou no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Tem uma comenda da Ordem de Santiago da Espada por mérito literário científico e artístico, venceu o Rowe and Maw Prize e a sua tese de doutoramento valeu-lhe o prémio Objettivo Europa. Em 2006 publicou “A Constituição Plural - Constitucionalismo e União Europeia”.
Só pela presença de Rui Tavares, deputado do Parlamento Europeu (agora integrado nos Verdes Europeus... não confundir com os Verdes nacionais), aposto que vai ser interessante. De resto, reconheço Miguel Morgado de alguns debates televisivos (boa impressão), os restantes dois confesso a minha ignorância.
FFMS "Até que ponto somos europeus?" - http://www.ffms.pt/debate/214/ate-que-ponto-somos-europeus
Ontem, vi recomendarem um livro de uma pessoa doutorada em corrupção (literalmente). Ainda dizem que o ensino superior não está adequado às saídas profissionais deste país.
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