Pixies - "Hey" (ao vivo em Londres 1988)
P.S.: Certamente a primeira de muitas deles a passar por aqui.
Temo que nem a maior parte dos líderes europeus perceba que a Europa esteja virada do avesso. Prosseguem em frente como se nada fosse, sem perceber que estão com a bússola ao contrário. Podem pensar que é igual, mas as estrelas ao contrário indicam mesmo que a bandeira está de pernas para o ar... é parecido ao olhar, mas bem diferente nas consequências.
Não temo só pela Europa, temo também por ter consequências em cada um dos países. É possível que pela Escandinávia note-se pouco, que pelo Reino Unido nem reparem e que só o Mediterrâneo, por enquanto, sinta na pele. Só que isto vai tocar a todos...
Este sketch da "Série Fonseca" foi um dos mais conhecidos e que, pessoalmente, mais apreciei... não tivesse feito eu um curso em Gestão de onde provém boa parte destes termos nunca traduzidos. De tanto ver o sketch, hoje não tem, para mim, a mesma magia da altura.
Era simplesmente genial, mas foi plagiado há dois anos pelo CEO da PT, Zeinal Bava, em pleno Parlamento. E não é que recuperou alguma da magia?
"O medo ou a vergonha", Daniel Oliveira (Arrastão.org)
"(...)Tenho, perante o comandante Schettino, sentimentos contraditórios. Os mesmos que tenho perante a cobardia.(...) Que nunca a vida me ponha de tal forma à prova. Porque poderia descobrir, enojado comigo próprio, que não sou quem julgo ser.""
Vem já com mais de uma dezena de dias atrasado, mas é um texto muito bom sobre a única coisa que realmente me fez pensar mais que 20 segundos aquando das várias notícias do Concordia e do seu acidente. Tería a coragem de um honroso comandante ou a cobardia do "líder" daquele navio?
Tentando ir por uma via diferente da que foi o texto do Daniel Oliveira, muitas destas questões que levantou estão a ser abordadas de forma pelas últimas gerações de forma bem distinta dos seus "avós". Há 3 ou 4 anos, quando vi Miguel Sousa Tavares a perguntar-se como, na crise financeira, ainda não se tinha conhecimento de suícidios de burlões que desembocaram a dita, eu soltei um sorriso crítico do seu desejo. No entanto, pensando bem, hoje em dia isso é resultado de uma falta de vergonha e de honra* que está a ser levada ao exagero. Não quero comparar o comandante ao Madoff, apenas salientar que são valores similares que estão em causa e que levaram às suas (in)acções. Quando o Madoff vem com um boné de basebol e de sorriso perante as câmeras quando está-se a dirigir à polícia depois de ter sido demascarado o seu esquema, é também disto que se fala.
Um comandante de um navio há 100 anos seria o último a sair nem que tivesse de ir com ele para o fundo do mar, os "Madoffs" dificilmente aceitariam ser presos e poriam fim à sua vida com um tiro nos miolos e por aí adiante. Havia um código de honra, seja de profissão ou de carácter. Ainda não consegui a chegar a uma conclusão de onde deve ficar o meio termo da coisa, mas a verdade é que haver cada vez menos vergonha e honra* na sociedade não parece ser assim tão positivo (a razão é o medo, ou a falta dele, enunciado no texto do Arrastão).
"(...) Que nunca a vida me ponha de tal forma à prova. Porque poderia descobrir, enojado comigo próprio, que não sou quem julgo ser."
* fiquei na dúvida sobre a adjectivação mais correcta, mas embora não sejam sinónimos, acredito que quando se fala neste tipo de "honra" fala-se também da "vergonha" como aqui é descrita e vice-versa. Ou se calhar estou a falar apenas de vergonha... não sei...
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