"Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno porra!"
Cidade de Deus (2002)
Uma cena repetida à exaustão durante uma das fitas que, certamente, não escapa ao meu top de filmes. Dadinho transformado em Zé Pequeno, uma personagem também ela épica. Aliás, poucas coisas em Cidade de Deus não são épicas.
Infelizmente, não consegui arranjar a compilação da cena com outros ângulos que vão surgindo no filme.
Para estreia desta rubrica, a honra tinha de caber a Pulp Fiction, mas como não é um filme qualquer obriga-me a uma inauguração em versão dupla.
Arte ou paciência?
Devia ficar aqui também o site deste tipo - http://www.miguelendara.com -, mas aparentemente está fora do ar. Tente na mesma, deve ser momentâneo e para quem gosta de web-design... acho que está engraçado.
Estão a ver "Querido, Mudei a Casa"? É mais ou menos isso para a comunicação de marcas em pequenas empresas do nosso país, mas ainda para melhor. Tudo bem que Gonçalo Morais Leitão é um dos responsáveis por campanhas como as vuvuzelas e o hino "menos ais" da Galp, mas percebe disto e é responsável por um programa muito bem conseguido e interessante para qualquer telespectador (eu sou suspeito pela área do programa, mas acredito que é assim mesmo). E é bem conseguido ao estilo da SIC Radical.
Não falamos de grandes marcas ou de grandes comerciais, falamos de ir à empresa ali da esquina - desde uma construtora às belas casas de banho Toi-toi, de uma oficina comum a uma sex shop igual a tantas outras. Ainda por cima, bem ritmado e com personalidade.
A repetição da primeira temporada na FOX fez-me lembrar o quão bom era esta série. Ainda que não fugindo a algumas linhas comerciais, o argumento da primeira temporada é das melhores coisas que vi em séries/novelas. Infelizmente, como quase todas as boas séries norte-americanas caiem no "render cifrões ao máximo" e a extensão por várias temporadas só faz sentido para o cofre das produtoras. Felizmente, esta ainda se pode gabar de ter um final decente na primeira.
A série é mesmo boa... ou sou eu que sou um psicopata.
A propósito da celeuma em volta dos apoios ao cinema português: o debate sobre se o Estado deve ou não apoiar a Cultura (e até que ponto) é mais interessante do que ambos os lados da barricada sugerem. Talvez por não ter opinião definida, mas as conclusões matemáticas de uns e as conclusões artísticas de outros não me parecem assim tão simples.
Siga a discussão.
Sobre os que alegam a degradação humana, o povo faminto a lutar por um pacote de manteiga, o nojo da campanha...
É interessante verificar que estar nas filas de espera durante uma noite para ter um dos primeiros iPads ou iPhones é fino, estar dois dias para comprar o bilhete para Rolling Stones são fãs dedicados, estar 2 ou 3 horas para conseguir 50% de descontos em bens de primeira necessidade são como que «uma matilha faminta a atirar-se a um osso». Como ouvi por aí, é curioso que os que mais condenam a acção são os que vão comprar ao El Corte Ingles.
Sobre o 1º de Maio e a questão simbólica, parece que muitos ficam chocados por se permitir trabalhar pelo triplo de um dia normal e com um dia de folga a mais (é o que tenho ouvido, não posso assegurar, mas não deve estar muito distante). São estas as pessoas exploradas nos dias de hoje, dizem. Quem vê nisto uma provocação política, está no seu direito de se indignar pessoalmente e não meter mais lá os pés (e têm mesmo esse direito), não chamem é estúpidas às pessoas que foram lá comprar ou trabalhar, ambas em muito melhores condições que o normal.
Resta apenas uma questão que é legítima, mas tem sido abordada de uma forma tendenciosa, como que uma justificação para criticar uma acção que destestam pelas várias razões já citadas: estamos perante um caso de concorrência desleal?
Dificilmente, o Pingo Doce não vendeu abaixo de custo os seus produtos no 1º de Maio. Esta acção isolada ou feita pontualmente é prejudicial ou não ao consumidor? Pode ser considerado dumping? Não sei, o que interessa para este caso é a lei actual e eu não conheço. Aparentemente, diria que a acção em si beneficia o consumidor, mas que estudem a questão e caso seja prejudicial este tipo de acções (não a história dos 50%, mas vender um dia abaixo do preço de custo) sejam proibidas. Mas é uma questão toltamente à parte e que não é para ser discutida apaixonadamente como tem sido feita, até porque é a primeira vez que vejo as pessoas preocupadas com isto e não é a primeira nem a última que assistiremos a promoções, até mais de 50%, neste tipo de cadeias.
Pior mesmo só termos uma ministra reaccionária que, pelos vistos, não gostou e quer uma PIDE para promoções. Sem dúvida, uns liberais.
Nota 1: Provavelmente, serei daqueles que até fogem deste tipo de megas-promoções pelo aparato. Pode-se gostar ou não, incluindo o sacrificio que envolve também aceder a este tipo de desconto, mas é ridículo (embora, instintivo) organizar uma opinião em redor deste assunto por uma questão de gosto.
Nota 2: Agora, gostava mesmo era de uma análise da acção à luz do marketing, porque também não estou certo que isto seja um "mar de rosas" para a marca. E nem falo da questão do 1º de Maio ou política, falo dos ganhos e das perdas na prestação de um serviço deste género, sobretudo de uma marca que sempre quis distanciar-se de promoções e deste género de aparatos. Uma mudança na estratégia que já fora começada com aquele hino piroso?
Tal como uma boysband dá início de muitas carreiras a solo, parece que chegou o momento de A Sequela do Remake fazer o mesmo na blogosfera. Pronto, a sequela era mais próximo de algo como um agrupamento musical... tipo Diapasão, mas cada a um a tocar para seu lado (o objectivo era uma banda de grunje, mas já ninguém quis deixar crescer o cabelo). Daí que o mais aficcionado pelas telas dos cinco decidiu (só agora, pá?) meter mãos à obra para o seu novo blog.
Presumo que ele vá continuar, de tempos a tempos (que a crise toca a todos), dar uma mãozinha no seu blog pessoal (o perdido na ilha ali do blogroll). Entretanto, já meti uma cunha para ver se nos vai deixando sugestões de telas para sacarmos ilegamemente legalmente por torrents e afins.
Ainda estou confuso com o alarido em volta da promoção do Pingo Doce. Houveram de vários tipos, mas falo especificamente do alarido político. Entenda-se o alarido que se suscitou na blogosfera, twitters e afins. Ainda não percebi bem o que contestam...
Ok, o pessoal mais próximo da política de esquerda à PCP e BE, em boa verdade, já são contra haver quem trabalhe em feriados como nas grandes superfícies. Portanto, suponho que isto seja mesmo uma afronta para eles. (os sindicalistas não trabalharam hoje?)
Pelos canais notociosos, pelo twitter, por todo o lado, surgem comentadores político a lamentar a acção do Pingo Doce. Compreendem o "povo" que tão necessitado foi à procura da esmola. De João Duque a Fernanda Câncio, de Helena Garrido ao professor que me deu 2 aulas na faculdade (calma, era suposto mesmo serem só três e não fui eu a faltar à terceira... o módulo resolveu-se com um trabalho sobre Marx...). Todos estão na televisão ou nos jornais a lamentar o sucedido.
Então uma superfície faz uma promoção de 50% de boca-a-boca que surtiu um efeito que os próprios devem ter ficados surpreendidos, a malta adere porque, assim por assim, fazer compras por menos 50 euros, no mínimo, é um acrescento brutal nos rendimentos reais de certas pessoas e fica tudo chocado. Ah, o PD tem interesse em fazer isto... claro, caramba... mas qual é a novidade? É suposto mesmo terem interesse...
Ah, mas isto foi uma provocação política. Sinceramente, não sei se é isso ou se uma resposta de guerrilha a uma acção do fim-de-semana passado de outra superfície. Mas, sendo hipoteticamente esse o caso, não consigo compreender em que é que isto afecta a classe trabalhadora (fora os do PD que acredito que tiveram um trabalho do caraças) na prática. Ficam sem salário? Há mais desemprego por esta acção? Têm menos condições pela mesma?
Não. Tudo se resume a terem feito uma grande acção com uma imagem consumista no 1º de Maio. Eis que o 25 de Abril é dos militares, o 1º de Maio é dos sindicalistas. A liberdade dos outros nestes dias está condicionada pela moral evocada por estes. Haja paciência. Aliás, há alguém que acredite que esta acção tirou sequer 5% de cidadãos dos festejos/manifestações do dia?
Este tipo de acções normal em muitos outros países (ie Black Friday) está a politizar o país. Se isto foi política pela Jerónimo Martins, é política gratuita que todos estão a dar atenção que quer. Se isto é política... espera aí, se isto é política, quer dizer que há quem queira censurar uma opinião? É isso? (até eu estou baralhado com a confusão...)
Eis que a política de um país se centra, de repente, numa acção promocional de uma cadeia alimentar. Haja paciência.
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