Quinta-feira, 28 de Agosto de 2014

O balde de gelo

Como o Luis de Matos sintetizou (bem), tudo o que tem sucesso irrita sempre muita gente. O que não quer dizer que tudo o tenha sucesso seja isento de parvoíce ou estupidez e eu não compreenda a irritação, ainda que esta seja fútil.

 

O "Ice Bucket Challenge" teria de irritar obrigatoriamente muita gente. Ver aquela malta toda a levar com um balde de gelo e água por cima no mural do Facebook é obrigatoriamente irritante nalgum ponto, mas confesso que adorava ter sido autor desta ideia porque os resultados são geniais. As várias associações da esclerose lateral amiotrófica viram a sua causa nas bocas de todo o mundo e ainda têm a forma de angariação que nunca teriam por meios clássicos.

 

Ainda que seja por solidariedade, não se livra dos 'haters' sociais, mas só há uma forma de não se levar com isso. Não fazer nada. 

 

Não fazer nada é o caminho certo para levar só uma ou duas bocas, tentar e fazer coisas que valham a pena é que vai chatear.

 

Um exemplo a menor escala: numa associação local de que sou sócio, lembraram-se há uns anos de começar a fazer a convocatória também por carta às pessoas (em vez de fazerem apenas com um papel na sede). Parece bem, certo? Ora, há sempre alguns problemas com moradas, vai daí apareceu um sócio indignado (que não aparecia já algum tempo em assembleias) por só o seu filho ter recebido e ele não que era sócio... tipo há 378 anos e meio. Em primeiro, foi com o Presidente da dita Assembleia Geral antes da mesma, ao qual este explicou que há moradas que não estão actualizadas e que podiam corrigir bastando deslocar-se à sala de cima. Depois, foi no final da própria Assembleia algures entre a indignação e a gritaria. Foi-lhe explicado novamente a questão, ao qual a sua resposta foi: «Eu não tenho de fazer nada, vocês é que têm de enviar a carta como fazem a todos os outros sócios».

 

Repare-se que o homem estava tão bem quando não eram enviadas as cartas, mas assim que se tomou uma decisão e acção (e uma boa, digo eu) o homem deixou de estar bem com a situação porque tudo o que se faz está sujeito a falhas (algo que, neste caso, nem se sabe de quem era).

 

Dito isto, o meu conselho: deixem-se estar quietinhos se não querem receber críticas. E isto é válido também para os colunistas de Facebook porque as críticas vazias também irritam.

 

"Deitar um balde de gelo na cabeça é ridículo, é. Mas quem critica esse ridículo que faça melhor, em dinheiro, ou vá dar banho ao cão." Ferreira Fernandes no DN no seu artigo "Tão farto que estou de dadores de lições"

Tudo isto para dizer que se alguém me desafiar para aquela coisa vou mandar essa pessoa dar uma volta, mas que isto me lembrou que queria dar um donativo a uma organização já faz alguns meses e ainda não o fiz... lá isso, lembrou-me.

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escrito por João Saro às 18:38
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