Este suspiro pelos militares é um bocado idêntico aos suspiros pelo papel do Presidente da República. No alto das suas cadeiras, os militares é que sentem o povo e por ele lutarão com o seu material bélico. Ai, os militares.
Com esta anologia, compreendo a minha repulsa pela a estruturação do sistema político português, mas que, aparentemente, todos apreciam. É sempre bom ter uma última figura em que se refugiar. O Presidente da República é uma espécie de último refúgio democrático (podia-se falar tanto sobre a coisa democrática nesta figura) quando ainda não estamos no desespero, os militares são o último refúgio para revolucionar isto tudo quando se atinge esse ponto.
Isto, dificilmente, descamba para uma revolução militar (pelo menos, a breve trecho), mas estes suspiros são tão saudosistas... e não muito longe dos mesmos que dizem que "no tempo do Salazar, é que era". Pensar que só por terem armas se podem achar num direito superior, é assustador. E que democracia (e nada garante que tenha este nome) melhor propõem eles?
Apenas duas coisas para terminar: (1) se os militares resolvessem alguma coisa, éramos um país esclarecido (3 revoluções militares profundas durante o séc. XX); (2) os militares não me representam, ponto.
(11 de Março de 1975 . ver a partir de 5m58s)
O título é menos provocatório do que aparenta. Existe sempre uma necessidade de algumas pessoas referirem-se ao 25 de Abril como "a sua data ou a sua revolução". O que me deixa intrigado para que servia a revolução. Já na 1ª República se passaram 16 anos em que vinha o Manel "destronar" o actual poder porque ele é que vinha implementar a verdadeira República. Mal se passavam uns meses, vinha o Joaquim matar o Manel para subir ao palanque para enunciar que a sua República é que era.
O 25 de Novembro veio acentuar esta ideia dando uma data à direita (seja o que isso for, em Portugal... na altura, pelos vistos, era tudo o que não era comunista) que, não renegando o 25 de Abril, estabelecia ali o momento do esclarecimento da revolução. A partir daí, do PCP para a sua esquerda, o dia de hoje ficou marcado como o final dos ideais do 25 de Abril e a sua luta foi sempre o restabelecimento desta data.
Eu cá preferia esquecer essa coisa dos ideais quer de uma quer de outra data e pensar mais (sou um bocado chatinho) em democracia e liberdade. Epá, se estas datas são apenas para ser de alguns portugueses, então quero uma revolução para uma data que me dê mais jeito.
P.S.: Um post muito interessante de Pedro Lains, um bocado mais ao propósito do vídeo e porquê isto "do meu 25 de Abril" nunca ter dado para o torto (tipo guerra civil) como poder ser um gene nem sempre muito positivo na sociedade portuguesa (cunha e afins).
P.S.2: Ía-me esquecendo do post... http://pedrolains.typepad.com/pedrolains/2009/11/o-25-de-novembro.html
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